quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Depois do casamento, os filhos

Terça-feira, 17 de Agosto de 2010
FAMÍLIA HOMOPARENTAL
Depois do casamento, os filhos
Suprema Corte de Justiça do México confirma que homossexuais podem adotar crianças na capital do país
por Redação MundoMais

ReproduçãoMilitância LGBT mexicana durante a votação da Suprema Corte

MÉXICO – Depois de confirmar a validade do casamento homoafetivo na Cidade do México, no último dia 05, a Suprema Corte de Justiça do México confirmou ontem, 16, que os casais homossexuais podem adotar filhos na capital mexicana.

Dos 11 juízes, nove foram favoráveis à adoção de acordo com a lei aprovada pelo parlamento da cidade em março deste ano. A lei, que altera o Código Civil, diz que gays e lésbicas poderiam adotar crianças.

No entanto, a Suprema Corte decidiu analisar o caso em separado. Com a ratificação do processo de adoção, a justiça mexicana põe uma pá de cal nos resmungos dos conservadores, como o cardeal Juan Sandoval Íñiguez, que acusa a Corte de receber propina do prefeito da Cidade do México Marcelo Ebrard para ratificar a lei.

Quebra de braço – Em entrevista a uma rádio local, o prefeito Marcelo Ebrard peitou o cardeal Íñiguez. O prefeito exigiu que o religioso provasse o que disse quanto ao pagamento de propina, e ameaçou processá-lo.

“Exijo que ele apresente provas ou se retrate. Se não, iniciaremos um procedimento legal para obrigá-lo a que o faça”, disparou o prefeito. Além do prefeito, a Suprema Corte aprovou um veto de censura às declarações do religioso e disse que moveria um processo penal contra Íñiguez. "Não se pode impunemente, amparado sob qualquer título, acusar 11 ministros do mais alto tribunal do país de corruptos", disse o ministro Sergio Valls durante a sessão que ratificou a adoção homoparental.

Entre bíblias e beijos – Grupos de conservadores e militantes se reuniram em frente à Suprema Corte. Enquanto os militantes LGBT empunhavam as bandeiras do arco-íris com a palavra “igualdade”, os conservadores – de maioria cristã – empunhavam a bíblia. Gritavam que as crianças queriam “mãe e pai”. Após a votação favorável, a militância LGBT festejou com gritos de “igualdade, igualdade, igualdade”. Depois da euforia, muitos se beijaram. Os conservadores (passados) colocaram a bíblia em baixo do braço e foram embora.

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