Terça-feira, 17 de Agosto de 2010
FAMÍLIA HOMOPARENTAL
Depois do casamento, os filhos
Suprema Corte de Justiça do México confirma que homossexuais podem adotar crianças na capital do país
por Redação MundoMais
MÉXICO – Depois de confirmar a validade do casamento homoafetivo na Cidade do México, no último dia 05, a Suprema Corte de Justiça do México confirmou ontem, 16, que os casais homossexuais podem adotar filhos na capital mexicana.
Dos 11 juízes, nove foram favoráveis à adoção de acordo com a lei aprovada pelo parlamento da cidade em março deste ano. A lei, que altera o Código Civil, diz que gays e lésbicas poderiam adotar crianças.
No entanto, a Suprema Corte decidiu analisar o caso em separado. Com a ratificação do processo de adoção, a justiça mexicana põe uma pá de cal nos resmungos dos conservadores, como o cardeal Juan Sandoval Íñiguez, que acusa a Corte de receber propina do prefeito da Cidade do México Marcelo Ebrard para ratificar a lei.
Quebra de braço – Em entrevista a uma rádio local, o prefeito Marcelo Ebrard peitou o cardeal Íñiguez. O prefeito exigiu que o religioso provasse o que disse quanto ao pagamento de propina, e ameaçou processá-lo.
“Exijo que ele apresente provas ou se retrate. Se não, iniciaremos um procedimento legal para obrigá-lo a que o faça”, disparou o prefeito. Além do prefeito, a Suprema Corte aprovou um veto de censura às declarações do religioso e disse que moveria um processo penal contra Íñiguez. "Não se pode impunemente, amparado sob qualquer título, acusar 11 ministros do mais alto tribunal do país de corruptos", disse o ministro Sergio Valls durante a sessão que ratificou a adoção homoparental.
Entre bíblias e beijos – Grupos de conservadores e militantes se reuniram em frente à Suprema Corte. Enquanto os militantes LGBT empunhavam as bandeiras do arco-íris com a palavra “igualdade”, os conservadores – de maioria cristã – empunhavam a bíblia. Gritavam que as crianças queriam “mãe e pai”. Após a votação favorável, a militância LGBT festejou com gritos de “igualdade, igualdade, igualdade”. Depois da euforia, muitos se beijaram. Os conservadores (passados) colocaram a bíblia em baixo do braço e foram embora.
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